Pinhão-roxo – Jatropha gossypiifolia

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1. Classificação Científica:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Malpighiales
  • Família: Euphorbiaceae
  • Gênero: Jatropha   
  • Espécie: Jatropha gossypiifolia L.

2. Introdução:

O pinhão-roxo (Jatropha gossypiifolia L.), também conhecido popularmente como pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, bellyache bush (em inglês) e purgante-de-cavalo, é um arbusto ou pequena árvore pertencente à família Euphorbiaceae. Nativo das Américas, possui ampla distribuição em regiões tropicais e subtropicais. A planta é reconhecida por suas folhas e ramos arroxeados e pela seiva leitosa, além de apresentar diversas aplicações na medicina tradicional. No entanto, é importante destacar que a planta contém substâncias tóxicas e seu uso requer cautela.

3. Origem e Distribuição:

Regiões geográficas: O pinhão-roxo é nativo das Américas, com ocorrência desde o sul dos Estados Unidos até a América do Sul, incluindo o Brasil.

Tipos de habitat: Adapta-se a diversos tipos de habitat, desde áreas de Caatinga e Cerrado no Brasil, até regiões de clima tropical e subtropical, em terrenos baldios, beiras de estradas e áreas antropizadas. Prefere solos férteis e ensolarados.

4. Características Botânicas:

Hábito de Crescimento

O pinhão-roxo é um arbusto ou pequena árvore que pode atingir até 5 metros de altura. Ele possui ramos e folhas arroxeadas e pilosas quando jovens, com seiva leitoso e acre.

Folhas

As folhas são simples, lobadas, e possuem uma coloração vinácea. Elas têm nectários presentes na base do pecíolo, no pecíolo, no bordo das folhas e nas brácteas e cálice das flores.

Flores

As flores são pequenas, de coloração vermelha ou arroxeada, e estão dispostas em cimeiras paniculadas. Elas florescem em julho e são polinizadas por insetos, como maribondos e abelhas.

Frutos

Os frutos são do tipo cápsula, de coloração verde, com até 1,5 cm de comprimento e 1,2 cm de diâmetro. Cada fruto contém três lóculos, com uma semente em cada um.

Sementes

As sementes são ovais, de cor branca ou cinza por fora e branca por dentro. Elas têm uma crista na ponta e apresentam um cheiro característico.

Raízes

As raízes do pinhão-roxo são profundas e bem desenvolvidas, permitindo que a planta se estabeleça em diferentes tipos de solo

5. Composição Química:

Principais compostos químicos: A planta contém diversos compostos, incluindo diterpenos (como o jatrophano), alcaloides, flavonoides, taninos e saponinas. A seiva leitosa contém ésteres de forbol, substâncias tóxicas responsáveis pelos efeitos purgativos e irritantes.

Propriedades medicinais ou tóxicas: Na medicina popular, a planta é utilizada para tratar diversas condições, como inflamações, reumatismo, úlceras, hipertensão e como cicatrizante. No entanto, a presença de ésteres de forbol confere à planta toxicidade, podendo causar irritação na pele, vômitos, diarreia e outros sintomas em caso de ingestão ou contato com a seiva. O uso interno da planta é contraindicado sem orientação médica.

6. Variedades:

Não há relatos de variedades ou subespécies amplamente reconhecidas de Jatropha gossypiifolia. Variações podem ocorrer em relação à intensidade da coloração das folhas e outros caracteres morfológicos, influenciadas por fatores ambientais.

7. Importância Ambiental:

Papel no ecossistema: A planta pode atuar na recuperação de áreas degradadas, além de servir de abrigo e alimento para alguns insetos.

Interações com outras espécies: As flores são polinizadas por insetos, como abelhas e vespas. A dispersão das sementes pode ocorrer por autopropagação (explosão do fruto) ou por animais.

8. Importância Econômica:

Usos comerciais: O principal uso econômico da planta está relacionado à medicina tradicional e, em menor escala, à produção de biodiesel (apesar de outras espécies de Jatropha, como a Jatropha curcas, serem mais promissoras para esse fim).

Valor econômico: O valor econômico é limitado, concentrando-se principalmente no comércio local de plantas medicinais.

9. Importância Cultural:

Uso em tradições e práticas culturais: Em algumas culturas, o pinhão-roxo é utilizado em rituais e como amuleto, além do uso medicinal.

Significado simbólico ou religioso: Não há informações amplamente difundidas sobre significados simbólicos ou religiosos específicos associados à planta.

10. Uso Culinário:

Partes da planta utilizadas na culinária: Não há uso culinário seguro para esta planta devido à sua toxicidade.

11. Uso Medicinal:

Propriedades terapêuticas: Atribuem-se à planta propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, anti-hipertensivas e outras.

Aplicações na medicina tradicional e moderna: Na medicina tradicional, é utilizada para tratar diversas condições, como já mencionado. Estudos científicos têm investigado o potencial de alguns compostos isolados da planta, mas o uso caseiro é perigoso e não recomendado sem supervisão médica.

Efeitos colaterais e precauções: A ingestão ou contato com a seiva pode causar irritação na pele, mucosas, vômitos, diarreia, cólicas abdominais e outros sintomas. O uso interno é contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.

12. Produtos à Base de:

Produtos comerciais derivados da planta: Existem alguns produtos fitoterápicos contendo extratos da planta, mas seu uso deve ser feito sob orientação profissional.

Processos de fabricação: A extração dos compostos bioativos geralmente envolve o uso de solventes.

13. Cultivo:

Clima e Temperatura

O pinhão-roxo se desenvolve bem em climas tropicais e subtropicais. Ele prefere temperaturas entre 20°C e 30°C e não tolera geadas.

Solo

A planta cresce melhor em solos bem drenados, ricos em matéria orgânica. Solos argiloarenosos são ideais para o seu cultivo.

Irrigação

O pinhão-roxo é resistente à seca, mas a irrigação regular é importante durante os primeiros meses após o plantio para garantir um bom estabelecimento. Evite o encharcamento, pois pode causar apodrecimento das raízes.

Adubação

A adubação deve ser feita com compostos orgânicos e fertilizantes ricos em nitrogênio, fósforo e potássio. A aplicação de adubo deve ser feita no início da primavera e durante o período de crescimento ativo.

Espaçamento

O espaçamento recomendado para o plantio do pinhão-roxo é de 2 a 3 metros entre as plantas e 3 a 4 metros entre as linhas. Isso permite um bom desenvolvimento das raízes e facilita a circulação de ar.

Controle de Pragas

O pinhão-roxo é relativamente resistente a pragas, mas pode ser atacado por insetos como pulgões e cochonilhas. O controle pode ser feito com a aplicação de inseticidas naturais ou biológicos.

Poda

A poda regular é importante para manter a forma da planta e incentivar um crescimento saudável. Remova galhos secos, doentes ou danificados para melhorar a circulação de ar e a penetração de luz.

Colheita

A colheita dos frutos do pinhão-roxo deve ser feita quando eles estiverem maduros, geralmente no final do verão. Os frutos devem ser colhidos manualmente para evitar danos às sementes.

Rotação de Culturas

A rotação de culturas é recomendada para evitar o esgotamento do solo e a proliferação de pragas e doenças. Alterne o cultivo do pinhão-roxo com outras culturas, como leguminosas.

Condições Locais

O pinhão-roxo é bem adaptado às condições locais do Nordeste brasileiro, especialmente em áreas de caatinga. Ele pode contribuir para o desenvolvimento agrícola sustentável na região.

14. Considerações Finais:

O pinhão-roxo é uma planta com potencialidades, principalmente na área medicinal, mas sua toxicidade exige extrema cautela no uso. A automedicação é altamente desaconselhada. Pesquisas científicas são necessárias para melhor compreender as propriedades da planta e desenvolver produtos seguros e eficazes. A preservação de seus habitats naturais é fundamental para a conservação da espécie.

15. Fontes:

16. Galeria

 

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